Ego Descontrolado, Beleza, Verdade e Vida

Voltei a ler o "Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens" este semestre, só que desta vez ao mesmo tempo em que navego em "O Eu Sem Defesas" da Susan Thesenga, e fico aqui pensando nos egos descontrolados de artistas e cientistas/acadêmicos (e agora eu incluo os terapeutas...). Egos que se deslumbram com suas forças individuais e acham que isso pode ser poder no sentido de opressão , mesmo que inconscientemente... essas forças individuais descontroladas podem virar competitividade e impedir o amor... penso na competitividade que o ego desequilibrado gera... e no tanto que ele se incomoda com o brilho dos outros, transformando a interpretação sobre o brilho alheio em desqualificação... Rousseau (também exageradamente) já alertava para a distorção que a arte e a ciência podem trazer para a inocência da natureza humana (e eu ampliaria isso para os terapeutas também... mas não incluiria os políticos com cargos representativos porque aí eu já acho que a fronteira da desconecção com a própria essência provavelmente já foi cruzada, infelizmente). Eu sei bem que há correntes que falam da total abolição do ego como solução para o desamor, mas prefiro a visão de que um ego equilibrado é necessário para a sobrevivência humana em sociedade, no ego como firmeza, mas não como instrumento de autoafirmação excessiva, competitividade ou imposição que minam a beleza da arte, a verdade da ciência e a alegria da vida.