Criatividade

Como sempre, MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS se reafirma como meu livro preferido, só ficando atrás de ORAÇÕES DO COSMOS. Hoje o abri aleatoriamente e caí forte no capítulo 10, intitulado As águas claras: o sustento da vida criativa. Abaixo um trecho do início do capítulo... que tem tudo a ver com os temas que tenho estudado nas duas últimas semanas para as aulas sobre Durkheim (que em geral eu acho meio chato) e o fato social (que eu acho interessante como mecanismo de análise)...
Alguns dizem que a vida criativa está nas idéias; outros, que ela está na ação. Na maioria dos casos, ela parece estar num ser simples. Não se trata de virtuosismo, embora não haja nada errado com ele. Trata-se de amor por algo, de sentir tanto amor por algo - seja por uma pessoa, uma palavra, uma imagem, uma idéia, pelo país ou pela humanidade - que tudo o que pode ser feito com o excesso é criar. Não é uma simples questão de querer; não é um ato isolado da vontade. Simplesmente é o que se precisa fazer.
Relacionei isso diretamente ao estudo da violência, pois a energia da violência também é excesso. Lembrei do Platão, ao falar dos exageros, e de Hobbes, ao tematizar as paixões (o Locke, com mais suavidade, também faz isso), e do eneagrama, ao falar da natureza dos egos. Todos tratam o exagero como algo a ser contido, como a fonte de diferentes formas de destruição, embora não seja algo que se possa (e que talvez não se deva) eliminar. Diferentemente, tratar o excesso como fonte da criatividade pode ser um meio de buscar transmutações de energias potencialmente destrutivas... e mais do que isso, tratar o excesso como amor por algo... talvez seja uma das chaves para a compaixão.

Comments

Paola Ranova said…
Winnie... não tenho dicionário em grego... Delirius Academicus indeed...
Guilherme said…
cumulo do bregolismo

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